"Se o governo se negar a recuar no aumento da idade mínima legal para a aposentadoria, você seria favorável ou contrário a que os sindicatos organizassem uma greve geral como em 1995?": esta foi a pergunta que recebeu 54% de apoio à paralisação.
Ainda de acordo com o instituto, 45% das 1.016 entrevistados foram contrários à ideia.
A pesquisa foi realizada na semana da quarta jornada de manifestações contra a reforma convocada pelos sindicatos franceses, na última terça-feira.
A mobilização de terça-feria foi acompanhada por uma nova greve geral, que continua em dois setores chave: transporte ferroviário e refinerias.
O projeto de reforma continua sendo examinado no Senado. O governo do presidente Nicolas Sarkozy quer elevar de 60 a 62 anos a idade para obter a aposentadoria e aumentar de 65 a 67 anos a idade para receber a pensão completa.
1995
O maior de todos os embates entre o poder dos parlamentares e o poder do povo na França ocorreu no inverno de 1995.
Há muitos paralelos entre aquele episódio e a revolta atual. Naquela época, assim como agora, os sindicatos enfrentaram um presidente reformista de centro-direita eleito apenas meio ano antes.
E tanto naquela ocasião quanto agora, a batalha foi provocada por planos de mudanças no sistema de aposentadorias especiais a que alguns trabalhadores do setor público têm direito.
A lei daquele ano, debatida e aprovada pelos parlamentares, acabou engavetada, para alívio geral.
Desde então, nenhum político francês ousou tocar nos direitos especiais de aposentadoria -- até a chegada do presidente Nicolas Sarkozy.
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