quinta-feira, 17 de junho de 2010

Pouco uso de preservativo entre jovens gays é alerta para intensificar prevenção, diz diretora


Brasília - Jovens gays e homens que fazem sexo com homens (HSH) mantêm mais relações sexuais sem preservativo em comparação à população masculina em geral, segundo estudo do Ministério da Saúde, lançado nesta quinta-feira (17/6) durante o 8º Congresso Brasileiro de Prevenção das Doenças Sexualmente Transmissíveis (DST) e Aids.

De acordo com o estudo, 34,6% dos homens em geral usaram preservativo em relações sexuais com parceiros fixos nos últimos 12 meses, contra 29,3% dos jovens gays e HSH. Nas relações com parceiros casuais pelo mesmo período, o percentual de uso da camisinha também é menor entre os jovens homossexuais, 54,3%, contra 57% entre a população masculina em geral. Dados epidemiológicos anteriores do ministério revelam aumento crescente de casos da doença entre adolescentes homossexuais. Entre garotos de 13 a 19 anos de idade, a transmissão homossexual (33,5%) supera a heterossexual (28,3%). 

Para a diretora do departamento DST, Aids e Hepatites Virais do ministério, Mariângela Simão, o pouco uso do preservativo pelos jovens gays é um alerta para intensificar as ações de prevenção. “O jovem se sente mais protegido. Não vê a aids como face da morte”, disse. Ela cita como iniciativa do ministério o lançamento nesta semana de uma revista em quadrinhos com orientações sobre sexo seguro. 

Outro dado revela que os gays e HSH mantêm relações sexuais com mais parceiros casuais. Quase 80% das pessoas ouvidas revelaram ter mantido esse tipo de relação nos últimos 12 meses, contra 34,1% dos homens em geral. O percentual de gays e HSH que usaram o preservativo em todas as relações com parceiros casuais no último ano é praticamente o mesmo em comparação com a população masculina em geral – 50,3% no primeiro grupo e 50,2% no segundo. 

Em contrapartida, 66% dos gays e HSH buscam o preservativo em postos de saúde ou outro serviço público, contra 33,9% da população masculina em geral. A pesquisa constata que os gays e HSH têm maior nível de escolaridade e são mais bem informados sobre a doença. Sobre a procura pelo teste de HIV, 53,9% dos gays e HSH fizeram o teste por curiosidade ou por acharem que tinham o risco de contrair a doença. Entre os homens em geral, o percentual cai para 32,7%. No entanto, 16,7% dos gays e HSH fazem o teste como rotina. 

Para Mariângela, apesar de serem mais escolarizados e terem mais conhecimento a respeito da aids, os gays e HSH estão fazendo mais sexo sem preservativo. Ela aponta como dado de alerta o percentual de entrevistados que realiza o teste de HIV como rotina.“Isso significa que não estão fazendo sexo seguro e usando o teste como prevenção”, disse.

A pesquisa do ministério foi realizada nas cidades de Manaus, Recife, Salvador, Curitiba, do Rio de Janeiro, de Belo Horizonte, Campo Grande, Brasília, Itajaí e Santos – as duas últimas registraram por anos os maiores índices de aids do país. Os entrevistados têm mais de 18 anos e tiveram pelo menos uma relação sexual com homem nos últimos 12 meses.
Fonte:www.correiobraziliense.com.br

Leias Mais... 
Acompanhe novas informações sobre juventudes, cultura e participação entre outras coisitas mais...

Nenhum comentário:

Postar um comentário