quarta-feira, 20 de janeiro de 2010

População jovem de 15 a 29 anos terá maior pico em 2010, diz Ipea


Fonte: G1

Os pesquisadores do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) afirmam que o Brasil terá o maior pico de população jovem entre 15 e 29 anos, em 2010, podendo chegar a 51 milhões nesta faixa etária.

Em 2000, o país tinha 47 milhões de pessoas com essas idades e essa característica é apontada como resultado da dinâmica demográfica nas décadas de 1970 e 1980, conhecida como “onda jovem”. Os dados foram analisados no livro Juventude e Políticas Sociais no Brasil, divulgado nesta terça-feira pelo Ipea.

A caracterização de um país jovem pelos pesquisadores ocorreu pela proporção de pessoas com menos de 15 anos na sociedade. Em 1920, era de 44,3% da população e as pessoas na faixa etária de 15 a 29 anos representava 28,2% da população. A partir de 1970, por conta da queda da fecundidade, a proporção começou a diminuir. Em 2000, as crianças e jovens representavam cerca de 58% da população.

O aumento da mortalidade entre os jovens ocorre por violência ou por acidentes e suicídios. Em 2006, 77% das mortes entre homens de 15 a 29 anos tiveram essas causas. A baixa fecundidade e a mortalidade de jovens são apontadas pelos pesquisadores como as principais razões para a estabilização do crescimento de jovens no país.

Jovens são as maiores vítimas da violência no país

O livro mostra que os jovens aparecem nas estatísticas do país como as maiores vítimas de violência, principalmente de homicídios. Os dados sobre os agressores também indicam que os jovens também aparecem como autores de mortes e lesões corporais.

Estudos apontam que deve haver ressalvas na criminalização precoce dos jovens e que políticas de repressão focadas para essa faixa etária, sem cuidados, tende a favorecer a conduta errada da juventude.

No Brasil, a faixa etária de 15 a 29 anos é considerada de alto risco, quando deveria ser uma das mais saudáveis do ciclo vital. No que se trata do abuso de drogas, o grupo com idade de 18 a 24 anos é o que registra as maiores porcentagens de dependentes de álcool, com 19,2% contra 12,3% do total de todas as idades. A partir dos 12 anos.

Os jovens dependentes do sexo masculino prevalecem com 27,4% contra 12,1% do sexo feminino. O conjunto de homens de todas as faixas etárias é de 27,4% contra 19,5% das mulheres.

Jovens negros morrem mais que jovens brancos


No Brasil, morrem mais homens do que de mulheres na faixa etária de 15 a 29 anos no período de 2003 a 2005. Foram, em média, cerca de 60 mil jovens do sexo masculino por ano. Destas mortes, 46 mil, 78% do total, foram por causas externas e associadas a homicídios e acidentes.

No mesmo período, a taxa de mortalidade média de jovens de 20 a 24 anos foi de 261,80 por 100 mil habitantes (sexo masculino) e de 58,43 por 100 mil, para jovens (sexo feminino). A taxa de mortalidade na faixa etária de 18 a 24 anos foi de 204,58 para cada 100 mil jovens brancos e de 325,04 para cada 100 mil jovens negros.

Jovens x Aids


No Brasil, foram notificados 112 mil casos de Aids entre jovens de 15 a 29 anos até 2005. Este número representa 30% do total de casos notificados no país desde o início da epidemia, nos primeiros anos da década de 1980.

Na faixa etária, a transmissão sexual é tratada como a principal forma de contágio, o que equivale a cerca de 60% dos casos desde o início da epidemia até 2005. O contágio via sangue corresponde a 23% dos casos notificados. Destes, 96% ocorrem por uso de drogas injetáveis.

A incidência de mulheres com Aids aumentou. A relação, que já foi de 2,4 casos registrados em homens para cada caso registrado em mulheres, em 1996, hoje é quase de 1,5 caso registrado em homens para cada caso registrado em mulheres. Na faixa etária de 15 a 29 anos, a relação é de 1,1 homem para cada mulher.

Outras doenças sexualmente transmissíveis (DST) também são problemas relevantes entre os jovens, como sífilis, uretrites e HPV. A disseminação de informações e formas de proteção, como o uso de preservativos, são importantes instrumentos no combate a estas doenças. Por isso, a educação sobre saúde sexual e reprodutiva é considerado relevante para o controle do avanço dessas doenças.

Nenhum comentário:

Postar um comentário