segunda-feira, 8 de novembro de 2010

Opinião: Ensino Superior (JSB-AM)

A eleição acabou e é hora de retomar os trabalhos na construção de uma juventude forte. Por isso esta semana vamos publicar textos escritos por militantes da JSB-AM em diversas ocasiões e sobre vários temas. O primeiro texto é o da companheira Joyce Evelyn Braga sobre a Universidade. Joyce esteve junto com a JSB nos processos de organização do Movimento Estudantil na Universidade Federal do Amazonas-UFAM e nas grandes manifestações protagonizadas pelo PSB aqui no Estado. É acadêmica de Psicologia da UFAM.


As Universidades públicas brasileiras surgiram para atender as necessidades do país. Dessa forma, sua produção de conhecimento deveria estar associada ao desenvolvimento econômico, social, cultural e político da nação, sendo um espaço de construção de teorias e práticas transformadoras da sociedade e do estado alicerçadas no tripé Ensino-Pesquisa-Extensão.


O ensino com extensão aponta para a formação contextualizada às agudas questões da sociedade contemporânea. O ensino com pesquisa aponta para o verdadeiro domínio dos instrumentos nos quais cada profissão se expressa, em seu próprio processo evolutivo. Neste contexto, o conceito de indissociabilidade requerido para o ensino de graduação não se reduz nem ao processo de produção do saber novo, nem às práticas de intervenção direta nos processos sociais, embora não se possa negar a pertinência da pesquisa e extensão em si.


Este conceito pedagógico afirma, pelo contrário, a inevitabilidade da indissociação do ensino, pesquisa e extensão, considerando-se tão-somente o eixo da formação do graduado. Evidentemente, este conceito pedagógico exige um novo diálogo interdisciplinar, uma organização curricular que acolha, ao eixo científico básico que informa a área de conhecimento relacionada à atuação profissional, a contribuição de ciências conexas. Ele supõe, igualmente, educadores afeitos às questões da investigação e às indagações acerca dos rumos da sociedade contemporânea. Neste contexto, o que vivemos hoje é uma universidade que serve à elite, mantendo a lógica capitalista.


Temos um ensino voltado para a formação de técnicos para o mercado de trabalho, aonde o estudante é reduzido a consumidor passivo que vai à sala de aula receber as informações que o professor tem a passar. A pesquisa valorizada, em sua maioria, é aquela voltada para o desenvolvimento de tecnologias, financiadas pela iniciativa privada e que, portanto servem ao Capital e ao lucro desenfreado, ignorando as demandas sociais. A Extensão, por sua vez, parece ser o patinho feio desta história, existindo apenas para que a Universidade cumpra sua “responsabilidade social”.


Devemos defender uma Universidade voltada para a transformação social, para setores oprimidos e /ou explorados, e que produza conhecimento em conjunto com a sociedade, servindo de fato a população. Em que o Ensino, Pesquisa e Extensão sejam de fato indissociáveis, ou seja, que sejam construídos em conjunto. Uma Universidade onde caibam todos e todas que queiram nela estudar.


http://www.jsbamazonas.blogspot.com/

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